Ah, o futebol paraense… tão repleto de histórias, mas tão carente de atitude!
Enquanto Atlético-GO e Cuiabá-MT deram um claro recado ao futebol nacional ao recusar a participação na Copa Verde 2025, a decisão da CBF de retirar a vaga direta para a 3ª fase da Copa do Brasil do campeão do torneio foi a gota d’água. O que antes era uma recompensa merecida, agora se transformou em uma simples perda de prestígio.
E o que fizeram Remo e Paysandu, os dois principais clubes da Amazônia? Nada. Ficaram em silêncio, aceitando passivamente a medida sem protestar ou sequer questionar a diminuição da importância da competição que poderia ser um verdadeiro símbolo para nossa região.
O comportamento dos clubes é no mínimo constrangedor. Em vez de se unirem para levantar a voz contra essa mudança, preferiram ficar na inércia, aceitando como se fosse inevitável. Enquanto isso, Atlético-GO e Cuiabá mostraram que não aceitam migalhas, recusando o que a CBF tentou oferecer como prêmio. Para esses clubes, sem a vaga na Copa do Brasil, a Copa Verde virou um torneio sem valor, e, convenhamos, eles têm razão.
A CBF, que historicamente marginaliza o futebol das regiões Norte e Centro-Oeste, mais uma vez impôs uma derrota aos clubes da nossa região. E, ao que parece, Remo e Paysandu aceitaram essa condição com uma resignação assustadora, como se acreditassem que um dia seriam incluídos entre os grandes do futebol brasileiro sem nunca precisar lutar por isso. Spoiler: isso não vai acontecer.
É uma pena, porque, mesmo com seus defeitos, a Copa Verde representava uma oportunidade única de dar visibilidade ao futebol dos Estados que, frequentemente, são esquecidos no mapa esportivo nacional. Sem a vaga na Copa do Brasil, a competição perde força. E, sem clubes dispostos a defendê-la, ela perde qualquer chance de manter seu prestígio.
Essa postura é, no mínimo, frustrante, mas mais que isso, ela é reveladora. Mostra o quanto ainda estamos atrás no entendimento do futebol não só dentro do campo, mas fora dele também. Ser grande no campo é essencial, mas é preciso ser grande nas estratégias e atitudes, algo que, infelizmente, Remo e Paysandu ainda precisam aprender.
E, enquanto isso, continuamos aqui, assistindo o jogo sem ao menos tentar mudar a partida.
Texto escrito por Sales Coimbra, jornalista do DOL.